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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Questão Étnica ... cont...



...segue partes do projeto de pesquisa que elaborei quando cursando a pós graduação em psicopedagogia no ensino e na aprendizagem...depois coloco sobre ao TCC de fato!!!

DEFINIÇÃO DO TEMA-PROBLEMA:

Escolhi o tema: PRECONCEITO x DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: UMA RELAÇÃO PERIGOSA, pois desencadeia a seguinte questão: Existe relação entre problemas de aprendizado e discriminação étnico-racial?
Temos vários anos de história no e do Brasil para exemplificar, explicar e avaliar a relação perigosa que existe entre o preconceito étnico/cultural e neste caso é sobre o preconceito na temática negra. Onde os afros descendentes no Brasil tem vivenciado momentos mais diversos possíveis entre conquistas, lutas e perdas variadas, devido ao que existe e convivemos com o chamado “racismo cordial”, que tem dificultado e acarretado várias deficiências em nossas crianças afro-brasileiras em relação ao seu desenvolvimento acadêmico e social. Podendo ser constatado desde a observação de experiência de se ignorar por completo a questão, como de se tratá-la de forma exótica e não real.

DEFINIÇÃO DA BASE TEÓRICA OU CONCEITUAL:

Segundo frase de Nelson Mandela, “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem, ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender a odiar. Se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”, e como todo aprendizado está intimamente ligado as relações pessoais e inter-pessoais e não somente a técnicas ou métodos educacionais, existem influências de várias instituições sociais, dentre elas a escola que tem como base a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber, pluralismo de idéias, respeito à liberdade e vinculação entre educação escolar, trabalho e práticas sociais, além de outros itens, não podemos estar parados diante desse fato, a existência de dificuldades no aprendizado devido a preconceitos de quem quer que seja. Por isso faz-se necessário a reflexão e ação, na construção de práticas reais de crescimento na superação e aniquilação do preconceito dentro da instituição escolar.
Usando uma frase de Paulo Freire, “se a educação não transforma sozinha a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, não temos outro caminho senão viver plenamente a nossa opção. Encarná-la, diminuindo assim a distancia entre o que dizemos e o que fazemos”.
Há a necessidade de se ter bem claro e definido quais compromissos sociais para com muita objetividade fazer com que as desigualdades e suas conseqüências, tal como as dificuldades de aprendizagem “instalada” sejam discutidas e não dissimuladas. A fim de que não se legitime situações preconceituosas em sala de aula, em materiais didáticos e para-didáticos e assim crie mais possibilidades para a existência e manutenção de diversas dificuldades devido a não formação ou deficiente formação da identidade da criança negra/afro brasileira pela instituição escola. Segundo Piaget, todo e qualquer crescimento cognitivo só ocorre a partir de uma ação, concreta ou abstrata, do sujeito sobre o objeto de seu conhecimento. Sendo assim a necessidade de identificação da criança com pessoas, brinquedos, histórias, lendas de sua etnia para melhor se desenvolver e se aceitar. Necessitamos de uma nova visão da criança afro brasileira e uma nova postura do educador frente a essa nova forma de educação igualitária, levando em consideração o contexto de cada criança, para alcançá-la e ajudá-la na superação de suas dificuldades de aprendizagem.
Tendo o preconceito como um julgamento negativo, na maior parte das vezes, e prévio não se apóia em experiências concretas, sinaliza suspeita, intolerância, aversão a indivíduos, deste modo, envolvendo aspectos emocionais e cognitivos. Muitas vezes não permitindo a criança negra ser conhecida pelo que de fato é, pois se criou u estigma que será muitas vezes internalizado afetando a construção de sua identidade. Dentro de uma sociedade e as conseqüências são diversas, dentre elas as dificuldades de aprendizagens pautadas em atitudes, informações ou práticas distorcidas ou ultrapassadas. É importante para a saúde psicológica ter-se um senso positivo de si mesmo como membro de um grupo no qual se é participante, sem nenhuma idéia de superioridade ou inferioridade. Neste processo de construção muitos se encontrão em diversos “estágios”, desde a idealização do mundo “branco” como escudo, se submetendo ao mesmo, outros numa descoberta de grupo étnico, através de músicas, moda, cultura, fé..., outros numa militância articulada e consciente, assim as crianças também tem demonstrado de diversas formas e maneiras sua construção tanto de sua aprendizagem e a superação das dificuldades num processo dinâmico de transformações pessoais, institucionais e sociais.


JUSTIFICATIVA DA PESQUISA:

“... uma criança(afro brasileira)  agarra as pernas de sua educadora e aperta com muita força e diz: Eu estou com medo, tem bandido aqui... tem bandido aqui! A educadora tenta acalmá-la , está tudo bem...mas a criança insiste em dizer que ali estava um bandido e aponta para um rapaz afro descendente de características negras marcantes.A educadora pergunta como ela sabe que ele é um bandido?A criança diz que seu primo disse que todo preto é bandido...o detalhe é que o rapaz era um voluntário que iria realizar uma atividade específica na instituição religiosa.
A criança citada é uma das muitas que foram ensinadas de forma distorcida sobre a identidade afro brasileira e isso repercutirá tanto no presente como no futuro e por vezes a mídia de uma forma geral tem reforçado e a instituição escola não pode se calar diante de tal realidade e sim buscar estratégias para melhor construir uma nova identidade, história, teoria e prática para um novo processo de aprendizagem.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
BRASIL.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL.Ministério da Educação e do Desporto.Secretaria de Educação Fundamental.Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil/2v. – Formação pessoal e Social.

SME/DOT,2008 Orientações curriculares: expectativas de aprendizagem para a educação étnico-racial na educação infantil, ensino fundamental e médio.

Freire, Paulo.Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa.São Paulo:Paz e Terra, 1996.

Oliveira, Raschel de.Tramas da Cor:enfrentando o preconceito no dia-a-dia escolar.São Paulo:Selo Negro, 2005.

Cavalleiro, Eliane dos Santos.Do silencio do lar ao silencio escolar:racismo,preconceito e discriminação na educação infantil.São Paulo:Contexto, 2003.

Racismo e anti-racismo na educação :repensando nossa escola.Org. Eliane Cavalleiro.São Paulo:Summus, 2001.

Ferreira, Ricardo Franklin.Afro-descendentes: Indentidade em construção.São Paulo:EDUC; Rio de Janeiro: Pallas, 2000.

Telles,Edward Eric.Racismo à brasileira:uma nova perspectiva sociológica.Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fundação Ford, 2003.



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